Postagens

Mostrando postagens de julho, 2010
Imagem
Vem, cão, volta de onde veio Vai, morde aquele seio Que o alimentou Praga suburbana Parido de uma mundana Que nunca lhe amou Lambuze-se de fezes e de lama E chama, sim clama Pois eu já vou E o seu suplício Será o início do que sobrou E você, meu infante Virá rastejante Onde eu não vou Beberemos à sua saúde Fiz o que pude Você nem ligou.
Imagem
Imagem
Pequena Que pena Não te conhecer Ou reconhecer Não te paquerar – Antes Penar tanto, Pequena Para achar quem valha A pena! Quem pena Sem sorte Acaba só Tão só Pequena Que te peço Tem penaTem dó Porque pequei
Imagem
Noite O radar sintoniza o alvo O piloto solta a bomba Ela cai, silenciosa, calma e certeira No meio da escuridão. A nave retornou para casa O piloto, para sua família A bomba continua caindo Lá embaixo, todos dormindo Na base, todos sorrindo Alguém num quarto escuro Acorda sobressaltado Vê uma luz na janela Está tudo acabado.
Imagem
Eu quero fazer uma poesia sanguinolenta Que verta sangue Sangue que sai bem do fundo de minhas entranhas Sangue batido, sangue pisado, Negro Que jorre, ferva e manche.
Imagem
Numa bola de fogo você se foi Na estrada da fazenda Ainda me lembro bem: A luz da coisa matou um boi. No chão, ficaram as marcas das patas Aterrissadas Ouvi seus gritos As figuras caladas A levaram num facho de luz Eu corri, gritei seu nome meus braços abertos em cruz cheguei tarde, você havia subido com aqueles seres numa nave e num zunido era agora apenas um ponto de luz e eu fiquei aqui perdido gritando no escuro. Hoje, sentado na varanda, fico toda noite A te procurar Você se foi Num disco voador E naquela noite, eu sei, morreu um boi.
Imagem
Eram tantas pessoas pisando naquela flor Eram coisas estranhas Era raiva e era amor Caminhando num campo de flores Vivendo diversos amores Eram tantas pessoas... Nem o sol, nem a lua Nem a própria noite Presenciou tantos dissabores Assistiram a tantos horrores Num campo minado de flores Um canto qualquer do oriente Pessoas pisando em pessoas E flores sementes de amores Destruídas por naves à toa.
Noite O radar sintoniza o alvo O piloto solta a bomba Ela cai, silenciosa, calma e certeira No meio da escuridão. A nave retornou para casa O piloto, para sua família A bomba continua caindo Lá embaixo, todos dormindo Na base, todos sorrindo Alguém num quarto escuro Acorda sobressaltado Vê uma luz na janela Está tudo acabado.
Imagem

Nada mais se viu

Todas as bocas se uniram, lábio com lábio Queixo com queixo, num último e uníssono grito E ele ecoou, rebatendo nas montanhas dos dois hemisférios, Nos mares e levado pelos ventos... Ensurdecedor, todos o ouviram e naquele momento todos perceberam De onde ele saíra: do âmago das pessoas que habitam o mundo Mas a sua mensagem era indecifrável, embora clara Algo terminado em ssssssssss Seria talvez uma palavra em desuso, um gemido sem significação? Era, com certeza, um pedido Sem resposta, sem solução; as bocas se calaram todas E nada mais se ouviu e nem sei viu.
Imagem
Imagem
Casa velha, também fui demolido e não caí.

Luz & Sombra

Por trás do sol Alguém se banha de sombra